quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Resumo do Texto, por Kelva Cristina


ESTUDO DE TEXTO:
MARIA MADALENA OU A SALVAÇÃO
RESUMO

Maria Madalena nasce num vilarejo chamado Magdala, na cidadezinha de Madalena, numa família que cultivava vinhas. Maria tinha uma irmã, Marta, a quem acompanhava na venda de bebidas entre os trabalhadores, que cobiçavam os olhos e lábios de Maria.
Desde criança amou João, e foi correspondida. Amou-o como devia: como a mais pudica de todas as virgens. Mas na noite de seu casamento, em suas núpcias, João a abandonou, para atender à voz de Deus, que ergueu-se do fundo da noite.
Desesperada, Maria Madalena saiu pelas ruas, até entregar-se ao primeiro que encontrou, um tenente romano, num quarto de estalagem. O tal romano a confundiu com alguma prostituta, e Maria Madalena se deixou ser assim. De rosto coberto por um capuz negro, foi meretriz.
Ao ser reconhecida, após o ato sexual ter se consumado, Maria, humilhada pela rejeição do esposo, preferiu dizer que João havia se matado. Ela não teria suportado, além da rejeição do amor, uma rejeição do tenente romano se, por piedade por Maria ter sido abandonada, este não derramasse seu desejo sobre ela.
Maria Madalena partiu um mês depois numa viagem. Sem dinheiro para hospedar-se onde quer que fosse, rapidamente aprendeu a pagar favores com seu corpo, no exercício de sua prostituição. E aprendeu a ser debochada, a ser invejada, a ser cobiçada; aprendeu sobre a hipocrisia. Mas por todo o tempo Maria Madalena só quis uma coisa: seduzir Deus, tirando de João seu apoio eterno.
O dia de seu encontro com Deus chegou. Logo Maria percebeu que aquele que curava aleijados, perambulava de aldeia em aldeia, zombando dos sacerdotes, insultando os ricos e perdoando a adúltera, não poderia ser seduzido. Ele não tentava fugir dela. E ela descobriu que, assim como ela, este Deus aceitava o terrível destino de pertencer a todos.
Maria Madalena amou a Deus com todo o seu ser, dedicando a Ele sua vida, energia e juventude. E vendo-o morrer, como a amante que aceita o casamento do ser amado por interesse, preparou-se como para a noite de núpcias, ao ir ao encontro Dele no leito sepulcro, cujo cadáver havia sido retirado. E pela segunda vez Maria Madalena encontrou-se sozinha num leito de núpcias, mais vazia que uma viúva e mais só que uma mulher abandonada.
Após tirar-lhe toda a inocência, Deus roubou-lhe os pecados. Como o pior maníaco, Deus não amou senão suas lágrimas. Todavia, salvou-a. Maria foi poupada do erro insípido de tornar-se necessária a Deus.
A verdade é que Deus não a salvou nem da morte, nem dos males, nem do crime, porque é através deles que somos salvos. Salvou-a, porém, da felicidade.

por Kelva Cristina, 2005

Nenhum comentário: